Numbi
Como ajudar turistas a explorar novos destinos e a compartilhar experiências em meio à Covid-19
De acordo com a Organização Mundial do Turismo (OMT), o turismo enfrenta a maior crise mundial da história pelo segundo ano consecutivo. Entre janeiro e maio de 2021, 460 milhões de passageiros deixaram de viajar – o volume de viagens internacionais foi 85% menor que o registrado em 2019, antes do surgimento da pandemia da Covid-19. Apesar do cenário caótico, dados divulgados pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), apontam o Ecoturismo como uma tendência crescente em 2021. O fechamento de fronteiras, a valorização da sustentabilidade e a fuga da aglomeração dos grandes centros urbanos consolidaram o segmento como um dos mais promissores para a retomada da atividade turística brasileira. Outra tendência que ganhou relevância é a da hiperconexão: o consumo digital aumentou consideravelmente durante o isolamento social, com crescente protagonismo dos produtos de entretenimento e interações virtuais.
Avaliação de cenário
A partir da observação desta tendência, nós (Taísa, Marina e Pedro) seguimos para uma avaliação de mercado, buscando compreender se já existia algum player que estava atuando nesse mercado de nicho proporcionando interações relevantes entre os viajantes. No setor de viagens, foram avaliadas as empresas Desviantes, BH Ecoturismo, Hurb, Decolar, CVC e Kayak que têm como foco a venda de passagens, hospedagens e pacotes de viagem. Apenas a Desviantes e a BH Ecoturismo são nichadas em ecoturismo. O compartilhamento de experiências é explorado em algumas delas, mas não há interação entre os turistas. Já o TripAdvisor redireciona a venda de hospedagens para sites parceiros, priorizando as avaliações dos viajantes e possibilitando a criação de perfis pessoais por parte dos usuários, onde podem compartilhar fotos, viagens futuras e favoritar destinos.

No setor de viagens, foram avaliadas as empresas Desviantes, BH Ecoturismo, Hurb, Decolar, CVC e Kayak que têm como foco a venda de passagens, hospedagens e pacotes de viagem. Apenas a Desviantes e a BH Ecoturismo são nichadas em ecoturismo. O compartilhamento de experiências é explorado em algumas delas, mas não há interação entre os turistas. Já o TripAdvisor redireciona a venda de hospedagens para sites parceiros, priorizando as avaliações dos viajantes e possibilitando a criação de perfis pessoais por parte dos usuários, onde podem compartilhar fotos, viagens futuras e favoritar destinos.
Em conjunto a avaliação dos players de mercado e seus modelos de operação, foi realizada uma Desk Research, cujos dados apresentados corroboraram com a tendência crescente do ecoturismo como potencial mercado para o cenário pós pandemico. A partir dos dados encontrados, montamos uma matriz CSD para entendermos a respeito de que questões tínhamos clareza, e em que áreas do tema precisaríamos de mais investigação para definir o caminho do negócio.

As suposições e dúvidas da Matriz CSD deixaram nítidas as lacunas de informações existentes, sugerindo a realização de uma pesquisa quantitativa e direcionaram a elaboração do questionário.
Pesquisa quantitativa
O survey foi respondido por 130 pessoas, compostas por um público diverso. O resultado da pesquisa nos permitiu avaliar que hipóteses e dúvidas levantadas em etapas anteriores do processo foram validadas e quais careciam de mais investigação. Mais detalhes a respeito desta etapa podem ser encontrados aqui.


Pesquisa qualitativa
Oito pessoas foram entrevistadas por chamada de vídeo com o auxílio de um questionário semiestruturado. O objetivo foi compreender melhor os problemas identificados na pesquisa quantitativa e a jornada percorrida pelo usuário durante a compra de uma viagem. Os resultados das pesquisas quanti e qualitativa corroboraram com a Desk Research realizada, evidenciando a crescente procura dos viajantes por destinos de ecoturismo, se tornando uma opção relevante para a retomada do turismo nacional. O medo da contaminação foi um impeditivo importante para a organização de viagens durante a pandemia, mas, com o avanço da vacinação, está cada vez menor. As pessoas podem ser incentivadas a viajar caso se sintam seguras em relação ao destino pretendido.

Ideação e modelagem

Para levantamento das possíveis soluções, foi utilizada a ferramenta How Might We (HMW). A priorização foi feita com o auxílio de uma Matriz Impacto x Esforço.Matriz de Impacto x Esforço Em um primeiro momento, as soluções priorizadas estão localizadas no quadrante de alto impacto e baixo esforço: são valiosas para os usuários e geram melhor retorno sobre o investimento. Outras soluções devem ser reavaliadas futuramente. Matriz de Impacto x Esforço — as soluções de alto impacto e baixo esforço foram priorizadas A explicação de como foi realizada a priorização das alternativas de solução pode ser encontrada aqui.
O Business Model Canvas é uma ferramenta utilizada para estruturar o modelo de negócio, permitindo a visualização de todos os aspectos mais importantes em uma única página.

Diante das alternativas apresentadas, a solução a ser desenvolvida visa atender às principais necessidades dos usuários e sanar as dores relativas ao planejamento de viagens. O Numbi é um aplicativo de rede social que possibilita ao viajante:
• Encontrar destinos de ecoturismo novos e seguros em relação à Covid-19
• Encontrar destinos de ecoturismo que atendam os objetivos da viagem (romântico, radical, família, noturno, gastronômico, pet friendly)
• Compartilhar fotos e trocar experiências com outros viajantes; ter o registro de todas as viagens de maneira organizada
• Salvar os destinos já visitados, favoritos e desejados
• Ganhar descontos para a próxima viagem a partir das avaliações realizadas
Protótipo e experimentação

O protótipo de baixa fidelidade foi criado com a ferramenta Marvel para viabilização do primeiro teste de usabilidade: cinco usuários foram instruídos a cadastrar no aplicativo, procurar o destino “Lençóis Maranhenses”, avaliar destino e acessar o perfil pessoal. Na tela do destino (número 9), dois usuários não entenderam que o botão “adicionar” era o que permitia a avaliação do destino. Wireframes e fluxo do usuário Nos wireframes, novas telas foram adicionadas e o fluxo foi refinado. O botão “adicionar” foi revisto e substituído pelos botões “já fui” e “quero ir”, deixando as ações a serem executadas pelos usuários mais claras.
Após implementar as melhorias das questões identificadas no primeiro teste de usabilidade, seguimos avançando em fidelidade visual e de conteúdo para nos aproximarmos da versão final do aplicativo. Nesta etapa trabalha-se organização da informação, ampliação das áreas do sistema e tralha-se de forma mais concreta a navegação e interação entre elementos e páginas do produto.

Interface gráfica
Para que se avance a níveis maiores de fidelidade visual, é necessário que se defina questões referentes a cores, tipografia e os principais elementos da interface. Também é especialmente importante nesta etapa considerar a boa acessibilidade como foco do desenvolvimento dos padrões e definição de boas interações e estados de componentes do sistema.

O azul, cor principal do aplicativo, apesar de abundante nos oceanos e no céu, é raro na natureza, e presente em algumas espécies de beija-flor. No círculo cromático, é complementar ao laranja: uma cor vibrante, aventureira e cheia de energia. As cores das funções principais foram testadas na ferramenta Adobe Color, garantindo a acessibilidade do nível AA (moderada) a pessoas com deficiência visual, conforme recomendações da W3C.
A Raleway, uma tipografia sans serif, foi escolhida para o projeto por apresentar uma ampla família, ótima legibilidade e leiturabilidade. A hierarquia tipográfica foi definida da seguinte forma:


Os botões têm cantos arredondados, do estilo flat, arredondamento de bordas de 8px e altura padrão de 48 px.
Os campos de formulário têm de 8px e altura padrão de 48px. Seguem os padrões de cores e tipografia já descritos.
O protótipo de alta fidelidade foi construído a partir dos wireframes e dos ajustes provenientes do primeiro e segundo teste de usabilidade, de acordo com o guia de estilos. A navegação pode ser testada aqui.
O terceiro e último teste de usabilidade foi efetuado com o protótipo de alta fidelidade. Sete usuários foram instruídos a realizarem as seguintes tarefas:

Todos os usuários apresentaram dificuldade em marcar os checkbox da tela de busca por filtros, por isso, as áreas de cliques foram ajustadas. Três usuários, ao serem solicitados a pesquisar um destino com o filtro de fotos clicaram no botão “busca por filtro”, ao invés de “busca por fotos”. Dois usuários não conseguiram sair da tela para corrigir o erro. Para solucionar esses problemas, o texto do botão “busca por filtro” foi alterado por “busca por tipo de destino”, especificando mais claramente as ações dos botões referentes aos filtros de busca. O botão “voltar” foi adicionado no canto superior esquerdo das telas. Ao serem questionados, os usuários relataram que o aplicativo é intuitivo, e não se sentiram frustrados em nenhuma tarefa. O problema de usabilidade mais frequente nos testes foi classificado como de baixa severidade


Próximos passos
O produto deve ser aprimorado continuamente através das pesquisas e dos testes com os usuários. Pensando nisso, os próximos passos seriam: Realizar testes A/B: testar novas formatações (cor, formato, tamanho) para o botão “ver preços”, que redireciona o usuário para a plataforma de vendas das empresas parceiras, da tela de avaliação do destino. Avaliar qual gera maior taxa de cliques. Criar perguntas com informações específicas sobre o destino: A dificuldade de encontrar o melhor transfer para chegar até o destino, detectada na pesquisa qualitativa, pode ser solucionada com a pergunta “como você chegou até o destino?”, adicionada junto às avaliações dos usuários. Outras perguntas sobre hospedagens e alimentação também podem ser incluídas. Incluir destinos da América Latina: alinhado à proposta do pássaro que deu origem ao nome do aplicativo – beija-flor, que é nativo das Américas –, é interessante observar se os usuários também têm interesse em destinos fora do Brasil, como a América Latina, ampliando os horizontes possíveis de serem explorados e avaliados. Mapa de calor: Rastrear quais áreas das telas chamam mais a atenção dos usuários para identificar possíveis melhorias de usabilidade.
Resultados
Aprendizado:
o produto fictício foi criado como projeto para conclusão de um curso, não tratando de um cliente real. No entanto, a experiência nos ensinou a utilizar diversas técnicas e ferramentas realmente úteis no processo de design de produtos, além de propor o exercício do trabalho em grupo e discussão de problemas e alternativas de soluções, habilidades essenciais para a atuação de designers.